Olá Leitores!
Essa semana o nosso blog traz para vocês uma entrevista com Renato Mariz Gonçalves. Idealizador, juntamente com sua esposa Sandra, da Associação Mineira do Acidente Vascular Cerebral (AMAVC). Renato, pai de um filho, graduado pelo Ita (Instituto tecnológico da aeronáutica), na área de Análise de Sistemas em São José dos Campos-SP, pós graduado em Administração com ênfase em Marketing pela Faculdade Getúlio Vargas em São Paulo, MBA executivo pela fundação Dom Cabral em Belo Horizonte. Trabalhou por 24 anos no Belgo Mineiro que pertence ao grupo Arcelor Mittal.
Renato foi vítima de um AVC de tronco encefálico aos 44 anos de idade. É tetraplégico e comunica-se por meio dos olhos, utilizando recursos de comunicação como prancha de comunicação alternativa e tobii comunicator. É autor do livro “A leveza que a vida tem e o AVC”, juntamente com Raquel Vilela. A autoria de Renato Gonçalves no referido livro nos leva a refletir que existe uma limitação comunicativa, mas que a força de vontade de Renato o fez superar as limitações do AVC e escrever um livro que permite aos profissionais, cuidadores e familiares de pessoas vítimas de AVC, entenderem um pouco do seu mundo, desde o inicio do comprometimento neurológico até as etapas de tratamento da fase aguda e reabilitação.
Esclarecemos que Renato não é afásico, e sim possui a síndrome do encarceramento, que caracteriza-se por tetraplegia, anartria e preservação do nível cognitivo e certa movimentação ocular.
O Afasia em Foco trouxe essa entrevista do Renato e sua esposa Sandra, para refletirmos sobre o AVC e seu impacto na comunicação! É importante destacar que Renato respondeu todas as perguntas com auxílio da prancha de comunicação.
Entrevista:
P – Renato como foi a experiência de conseguir escrever um livro?
R – Difícil lembrar de tudo, mas foi gratificante no final.
P – Descreva em uma frase o valor da comunicação para você.
R– Única forma de me relacionar com o mundo.
P– Antes do AVC você conhecia a Fonoaudiologia e sua importância para a reabilitação da comunicação?
R– Não.
P– Você acha que ainda deve haver melhorias na divulgação do AVC, seus sintomas e sinais?
R– Sim.
P– Como, quando e como surgiu a idéia da AMAVC?
R– Surgiu em 2012, depois de descobrir que não havia associação do AVC em Minas Gerais e saber que 90% dos casos poderiam ser evitados com informação e prevenção.
P– Quais são os objetivos da AMAVC ? Eles estão sendo alcançados?
R– Os objetivos é trabalhar nas quatro linhas que a gente definiu: prevenção (informação), tratamento, reabilitação e cuidados pós – AVC. Os pacientes não entendem que o paciente pós AVC não é um doente, ele esta em processo de reabilitação e tem que ser estimulado.
P– Qual mensagem você gostaria de passar para as pessoas que tiveram AVC?
R– Nunca desistam.
P– Quais são os planos para o futuro?
R– Rezo para que eu melhore a cada dia na parte da reabilitação, e que eu consiga escrever outro livro e fazer traduções em inglês.
P– Se pudesse escolher alguma habilidade que perdeu após o AVC, qual você escolheria?
R – Movimento e fala.
Acesse a página www.amavc.com.br e saiba mais sobre AVC, como ajudar na prevenção e no auxílio às vítimas e também como adquirir o livro “A leveza que a vida tem e o AVC”.